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Bear Market e Bull Market: Fases do Mercado e seu Impacto no Universo Cripto

Após um próspero período em alta, as criptomoedas tiveram a oportunidade de ganhar maior espaço no mundo das finanças. Apesar de ser considerada um ativo volátil, o número de investidores cresceu consideravelmente no período de 2020 a 2022. 

Porém os últimos meses não estão sendo fáceis, com a baixa do mercado, denominado pelos investidores de “Bear Market”, os ativos digitais continuam a cair ao longo dos meses. Por ser a moeda mais negociada no universo das criptos, o Bitcoin segue sendo referência de mercado, mas observamos uma significativa desvalorização dos ativos digitais em geral, como é o caso do Ethereum e Cardano.

Abaixo vamos entender melhor essas oscilações, seus termos e possíveis estratégias para os momentos de crise.

Bear Market x Bull Market

Segundo o S&P 500 (índice financeiro que lista as ações mais significativas cotadas por valor nas bolsas americanas) no último mês as ações americanas alcançaram seu índice mais baixo desde 2021, podendo-se dizer que o mercado financeiro está em uma fase “Bear Market”. Mas o que isso significa?

“Bear Market” caracteriza-se por um mercado em que os valores mobiliários estão em um período considerável de baixa. Como referência, a Securities and Exchange Control Commission* considera baixa de mercado, uma queda de 20% no valor dos seus títulos por um período mínimo de 2 meses. O termo ”Bear Market” quer dizer “Mercado de Urso” que se trata de uma analogia ao ataque do animal que se dá de cima para baixo.

Na direção contrária, quando um mercado está em alta, ou seja, sem cair mais de 20% em relação ao seu pico nas últimas 52 semanas com suas ações valorizadas, a economia aquecida e taxas de emprego elevadas chamamos de “Bull Market”. Símbolo do robusto touro da Wall Street, a metáfora se baseia na forma com que o touro ataca: de baixo para cima. 

O que leva ao Bear e Bull Market

Existem muitas questões que motivam o Bear Market,  como por exemplo, uma desaceleração na economia, estouro de bolhas,  pandemias, guerras ou ciclo das commodities. Mas um fator muito mais sutil que pode influenciar na baixa do mercado é de ordem psicológica, o pessimismo dos investidores diante das incertezas. 

Com um mercado em baixa, os investidores tendem a vender mais suas ações, empurrando os preços ainda mais para baixo, alimentando este ciclo negativo. É o que acontece com as criptomoedas, quando o mercado entra em Bear Market, os investidores retiram seus investimentos das moedas digitais que neste momento são consideradas investimento de risco. Mas o contrário também acontece, quando um mercado está em sua fase próspera, o poder de compra aumenta e as pessoas tendem a consumir mais, aquecendo a economia. 

Outros fatores que fortalecem o Bull Market são as taxas de juros, uma vez que em alta atraem investidores estrangeiro que  ajudam a controlar o excesso de liquidez na economia e tendem a investir em ativos de maior risco, como as criptos e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) levando a uma maior produção industrial, maiores vendas e volume de negócios. 

Mercado Cripto em Tempos de Bear Market

Ainda sob o efeito de uma pós-pandemia e agravado pela guerra da Rússia com alta de juros e inflação, o mercado vive um período de “Bear Market”. Todos os negócios movidos por investimentos são afetados por essas oscilações e com as criptomoedas não é diferente.  Por ser considerado um ativo volátil, as criptos sentem rapidamente esta fase, pois ao perceber que o mercado está entrando em período de baixa, investidores buscam direcionar seu capital para negócios mais seguros, como é o caso das rendas fixas. Mas quais são as sugestões dos especialistas para os investidores de criptoativos sobreviverem a esta crise?

A palavra de ordem é paciência, pois analisando os ciclos de mercado anteriores, o Bitcoin sempre conseguiu se recuperar das baixas. Nesse momento, é importante que se tenha uma perspectiva de longo prazo, especialmente para aqueles que não têm experiências de negociações anteriores. Também é fundamental não criar expectativas de recuperação de mercado, pois isto é imprevisível e sempre é possível ter uma nova baixa. 

Para aqueles que buscam investimentos de longo prazo, um Bear Market não é motivo para pânico.  Segundo o análise “Stock Market Briefing: S&P 500 Bull & Bear Market Tables” divulgado em junho deste ano, estima-se que houveram 28 mercados em baixa desde 1928 com uma duração média 289 dias cada, enquanto que neste mesmo período tivemos 26 ciclos de Bull Market (quando o mercado está em alta com seus ativos aumentando) porém com durações muito mais longas, prevalecendo em mais de 20% sobre os mercados em baixa. Isto significa que as crises passam e o mercado aquece novamente. 

Outro fator observado é que uma baixa no mercado é uma oportunidade para novos investimentos devido à queda de preços. Pode ser o momento para aumentar sua carteira de criptomoedas  ou Cryptoarts. Coleções consagradas de grandes nomes como Doodles e Bored Ape Yacht Club tiveram algumas obras negociadas no marketplace OpenSea nas últimas semanas com descontos significativos.

Um conselho importante dos especialistas é não apostar todo o seu patrimônio em um único tipo de investimento, procure diversificar sempre. E lembrem-se, o mercado sempre viveu seus ciclos de altas e baixas. Esta é uma questão que todos os investidores precisam conviver.

*Securities and Exchange Commission (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos U.S.) é uma agência federal independente de regulamentação e controle dos mercados financeiros.

Artigo e Pesquisa | Roberta Rodrigues 

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